Em palestras sobre o Setor Florestal Brasileiro, em diversos momentos e em diferentes locais e instituições, quando o tema era desenvolvimento florestal e sua importância, surgiram questões como, esses planos não estão contemplados nos próprios programas propostos pelas diferentes estruturas de governo? Realizar ou executar esses planos não é gastar dinheiro público em duplicidade? Plantar floresta e sua exploração são atividades que todos sabem fazer, então por que elaborar um plano para isso? Todas essas perguntas, na realidade, estavam sugerindo uma única resposta, a desnecessária elaboração de um plano de desenvolvimento florestal em nível local, estadual, regional ou até mesmo nacional. Essas perguntas, em verdade, levam à consideração do desconhecimento sobre um plano e suas contribuições ao adequado desenvolvimento de uma atividade para desenvolver de forma sustentável um território, independentemente de seu tamanho e sociedade que nele vive.
No caso do Setor Florestal esses planos são considerados como a ferramenta estratégica de fortalecimento e estimulo ao desenvolvimento florestal, por i) contribuir de forma significativa para o balanço da oferta e demanda de produtos florestais; ii) incrementar e fortalecer novos negócios e oportunidades para o uso de produtos e subprodutos originados da floresta; iii) contribuir para a melhoria e adequação da infraestrutura e da logística em nível local e regional; iv) recuperar e valorizar as florestas nativas; v) contribuir ao bem estar da sociedade direta ou indiretamente relacionada com as florestas; e, fundamentalmente, vi) por contribuir para o adequado uso do solo mantendo, de forma permanente, as pessoas nas áreas rurais, e diminuindo os problemas sociais nas cidades.
Nestes 50 anos de atividades florestais na STCP, devemos ter elaborado mais de uma dezena de planos de desenvolvimento florestal, os quais contribuíram de forma significativa à melhoria da qualidade de vida da sociedade, do ambiente, e da própria economia local, regional e nacional. Nosso maior exemplo é o Plano de Desenvolvimento Florestal do Mato Grosso do Sul, que proporcionou o estabelecimento de mais de 1,3 milhão de hectares de plantações florestais e a atração de aproximadamente US$ 10 bilhões (dez bilhões de dólares) na verticalização florestal com fábricas de celulose e painéis de madeira, entre outras.
Portanto, a resposta sobre a necessidade de elaboração de planos de desenvolvimento é de que eles são fundamentais para o adequado crescimento econômico, social e ambiental de regiões pioneiras no Brasil.