
A criação de unidades de conservação é uma das estratégias mais eficazes e necessárias para a proteção da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável. Essas áreas são fundamentais para garantir a preservação dos ecossistemas, a proteção de espécies raras, endêmicas e ameaçadas e para a manutenção de serviços ambientais essenciais, como a regulação climática.
A utilização sustentável das unidades de conservação é um conceito essencial que busca equilibrar a preservação ambiental com o desenvolvimento socioeconômico das populações que vivem nas proximidades dessas áreas. Ao contrário da ideia de que as unidades de conservação devem ser apenas locais de proteção absoluta, a gestão sustentável dessas áreas permite que as comunidades locais possam usufruir dos recursos naturais de maneira responsável, sem comprometer a integridade dos ecossistemas, seja pelo uso indireto dos recursos naturais, como atividades de turismo ou do uso direto dos recursos naturais, como o manejo florestal sustentável.
A educação ambiental também é um ponto fundamental na utilização sustentável das unidades de conservação. Ao envolver as comunidades locais no processo de gestão e conservação, é possível promover a conscientização sobre a importância da preservação e o uso responsável dos recursos. Isso pode ser feito por meio de treinamentos, workshops e iniciativas que mostrem como as populações podem tirar proveito da natureza de maneira que não prejudique o meio ambiente, garantindo a sustentabilidade a longo prazo.
Portanto, a criação de unidades de conservação deve ser vista não apenas como uma necessidade ambiental, mas também como uma ação proativa para fortalecer políticas públicas voltadas para a sustentabilidade que beneficia toda a sociedade. Elas são fundamentais para garantir que o equilíbrio ecológico seja mantido, assegurando um futuro saudável e sustentável para o nosso planeta.
Nesse sentido, em 2021 o governo do Estado do Pará selecionou o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) como a entidade responsável pela captação e gestão dos recursos do FAO (Fundo Amazônia Oriental). Este fundo tem como objetivo a preservação da natureza, o uso sustentável dos recursos naturais e o incremento de áreas de floresta, associados à produção e consumo sustentável e a construção de um novo modelo de desenvolvimento no estado.



Para a viabilização dos recursos deste fundo foram realizadas parcerias privadas voltadas ao financiamento das ações e colaborações com entidades públicas, tal como a parceria com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (IDEFLOR-Bio). Esta parceria, em especial, visa apoiar as unidades de conservação do estado do Pará, como acontece com o projeto “Conservação e Produção Sustentável em Novas Áreas Protegidas no Pará: o caso dos Territórios Quilombolas”, que incide no município de Portel.
Nesse contexto, a STCP, por meio da Divisão de Meio Ambiente, foi contratada pelo FUNBIO para elaborar um diagnóstico socioeconômica e ambiental para subsidiar a criação de três novas áreas protegidas no município de Portel, com um total de aproximadamente 350 mil hectares.
Esse projeto contribui de forma significativa para atuação da STCP em projetos relacionados a biodiversidade no Bioma Amazônia, ao todo já foram estudadas 49 Unidades de Conservação diferentes, as quais somam mais de 19. milhões de hectares.